
Abraão é uma figura importante do Antigo Testamento da Bíblia e é considerado o pai dos patriarcas do povo hebreu. Ele viveu há cerca de 4.000 anos atrás na região da Mesopotâmia, que é atualmente o Iraque.
Abraão é conhecido como o “Pai de Nações” e é uma figura central das religiões judaica, cristã e islâmica. Sua história começa no livro de Gênesis, onde é descrito como um homem fiel a Deus que recebeu uma promessa divina.
Caldeus e a cidade de Ur
De acordo com a história, Abraão nasceu em Ur dos caldeus, uma cidade próspera na região da Mesopotâmia, estimada a cerca de 65.000 habitantes durante o auge de seu poder, que teria ocorrido por volta do século XXI a.C. A cidade de UR era um importante centro comercial e cultural na Mesopotâmia e abrigava templos dedicados aos deuses da época. Sua localização estratégica às margens do rio Eufrates também a tornou um centro importante para o comércio e a agricultura na região.
Os caldeus eram um povo semita que viveu na Mesopotâmia, uma região que fica entre os rios Tigre e Eufrates, onde atualmente é o Iraque. Eles foram uma das várias tribos que habitavam a região na antiguidade, juntamente com sumérios, acádios, amoritas e outros.
A história dos caldeus remonta ao terceiro milênio a.C., quando várias cidades-estado na Mesopotâmia, incluindo Ur, Eridu e Uruk, foram fundadas. Com o tempo, as cidades-estado se desenvolveram em impérios poderosos, como o Império Acádio, que dominou grande parte da Mesopotâmia no século XXIII a.C.
Alguns dos achados arqueológicos mais importantes de Ur dos Caldeus incluem o Templo de Nanna, dedicado ao deus-lua da cidade, que foi reconstruído diversas vezes ao longo dos séculos. Outro importante achado arqueológico foi o Tesouro Real de Ur, um conjunto de objetos de ouro e joias encontrados em uma tumba real na cidade.
Os caldeus eram conhecidos por sua habilidade em astronomia e matemática, e alguns estudiosos acreditam que eles foram os primeiros a desenvolver um sistema de astronomia que permitiu a previsão de eclipses. Eles também eram habilidosos em arquitetura e construíram diversas estruturas impressionantes, como os jardins suspensos da Babilônia, uma das sete maravilhas do mundo antigo
O Império Babilônico, fundado por Nabucodonosor II em 626 a.C., foi um dos impérios mais poderosos da Mesopotâmia, e os caldeus desempenharam um papel importante em seu desenvolvimento. O império floresceu durante o século VI a.C. e incluiu partes da atual Síria, Israel e Palestina.
Eles acreditavam que os corpos celestes tinham influência sobre a vida das pessoas e desenvolveram um sistema complexo de crenças em torno da astrologia. Essas crenças influenciaram o pensamento de outras culturas, como a grega, a persa e a romana.
Além de sua contribuição para a ciência e a cultura, os caldeus também foram famosos por suas conquistas militares. Sob o comando de Nabucodonosor II, o Império Babilônico se expandiu consideravelmente e conquistou várias regiões importantes da época. Os babilônios também foram responsáveis por muitas inovações na arte da guerra, como o uso de armas de cerco e a criação de muros defensivos ao redor das cidades.
Os caldeus adoravam uma variedade de deuses, incluindo Marduk, o deus-pássaro que era o patrono da cidade de Babilônia. Eles acreditavam que os deuses controlavam todos os aspectos da vida e que, para ter sucesso, era necessário prestar homenagem e oferendas aos deuses.
Os caldeus, assim como outros povos mesopotâmicos, acreditavam que os deuses controlavam diferentes aspectos da vida, como o sol, a lua, as estrelas, a água, a fertilidade e a guerra.
Na cidade de Ur dos Caldeus, onde Abraão teria vivido, os deuses mais adorados eram Nanna, o deus da lua, e Ningal, a deusa da lua. Outros deuses incluíam Enlil, o deus do ar e das tempestades, e Marduk, o deus-pássaro que se tornou o deus principal do Império Babilônico, Ishtar e Nergal
A arqueologia revelou que os Caldeus eram habilidosos em astronomia e matemática, e desenvolveram um sistema de numerologia baseado no número 60, que ainda é usado na medida do tempo (60 segundos em um minuto, 60 minutos em uma hora). Eles também criaram uma escrita cuneiforme refinada e eram famosos por sua arquitetura e escultura em pedra.
A saída de Abraão de sua parentela
Deus o escolheu para ser o patriarca de um grande povo que se tornaria a nação de Israel. Deus o chamou para deixar sua terra natal e ir para a terra prometida, que era Canaã, a terra que mais tarde seria conhecida como Israel.
Abraão foi criado em uma família politeísta, mas acredita-se que ele começou a questionar as crenças de seus antepassados e a buscar a Deus em sua juventude. A tradição judaica e cristã afirma que Deus apareceu a Abraão em uma visão e lhe disse para deixar sua terra natal e seguir para uma terra que Ele mostraria a ele.
Acredita-se que Abraão tinha cerca de 75 anos quando ele deixou Ur dos caldeus e começou a jornada que o levaria à Terra Prometida. Sua jornada o levou a várias partes do Oriente Médio, incluindo Harã e Canaã, antes de finalmente se estabelecer em Hebrom.
Abraão obedeceu a Deus e partiu com sua esposa Sarai e seu sobrinho Lot. Deus prometeu a Abraão que lhe daria muitos descendentes e que sua descendência seria abençoada. Abraão também recebeu a promessa de que Deus estaria sempre com ele e que protegeria sua família.
Ao chegar em Canaã, Abraão enfrentou muitos desafios e teve que lidar com a fome, a guerra e a esterilidade de sua esposa. Ele também teve um filho com a serva de sua esposa, Agar, que se chamava Ismael. Mais tarde, Deus concedeu um filho a Abraão e Sarai, que se chamava Isaque, que se tornou o herdeiro da promessa de Deus.
Abraão viveu até uma idade avançada e morreu em Hebrom, que é uma cidade na região de Canaã. Ele foi enterrado ao lado de sua esposa em uma caverna em Macpela, que se tornou um lugar sagrado para os judeus.
A história de Abraão é considerada uma história de fé, obediência e confiança em Deus. Ele é visto como um exemplo de como acreditar em Deus pode levar a grandes bênçãos e recompensas. A tradição judaica, cristã e islâmica todas consideram Abraão como um importante profeta e figura religiosa.
Abraão teve um filho com a egípcia Hagar, com nome Ismael, e a relação entre Isaque e Ismael nem sempre foi pacífica, mas ambos cresceram para se tornar líderes em suas próprias nações. A descendência de Abraão se tornou numerosa, e ele é considerado o patriarca das três religiões monoteístas: judaísmo, cristianismo e islamismo.
Deus troca o nome de Abrão para Abraão
Deus muda o nome de Abrão para Abraão. De acordo com Gênesis 17:5, Deus disse a Abrão: “Não te chamarás mais Abrão, mas o teu nome será Abraão, porque por pai de muitas nações te constituí”. Essa mudança de nome é considerada significativa, pois representa uma mudança na identidade e no propósito de Deus para Abraão.
A referência bíblica para a mudança de nome de Abrão para Abraão está em Gênesis 17:5, que diz: “Não te chamarás mais Abrão, mas o teu nome será Abraão, porque por pai de muitas nações te constituí“.
Abraão e seu sobrinho Ló
Abraão e seu sobrinho Ló tiveram uma relação próxima durante muitos anos. Quando Abraão saiu de Ur dos caldeus, ele levou consigo Ló, filho de seu irmão Harã. Ló tornou-se como um filho para Abraão, e os dois viajaram juntos pelo Oriente Médio, enfrentando muitos desafios e aventuras.
Depois de algum tempo, surgiram conflitos entre os pastores de Abraão e os pastores de Ló, pois havia escassez de pastagens para seus rebanhos. Abraão, sendo um homem pacífico e sábio, propôs que eles se separassem e escolhessem cada um um lugar para se estabelecer.
Ló escolheu a região do Jordão, onde havia muitas pastagens verdes, mas também era conhecida por sua maldade e pecado. Abraão, por outro lado, escolheu a região de Hebrom, que era mais calma e pacífica.
Anos depois, quando Ló foi capturado por invasores, Abraão liderou uma força para resgatá-lo e conseguiu libertá-lo. Embora, a vida de Ló acabou em tragédia, quando sua esposa olhou para trás enquanto fugiam da destruição de Sodoma e Gomorra e se transformou em uma estátua de sal.
Apesar das dificuldades e desafios que enfrentaram, Abraão e Ló permaneceram unidos e cuidaram um do outro ao longo de suas vidas. A história deles é um exemplo de como a família e a amizade podem ser importantes em tempos difíceis.
Abraão encontra com Melquisedeque
Melquisedeque era o rei de Salém, que é interpretado como sendo a cidade de Jerusalém, e também era um sacerdote de Deus. Abraão, por sua vez, era um patriarca do povo de Israel e é considerado um dos mais importantes personagens da Bíblia.
Abraão voltou de uma batalha na qual derrotou diversos reis e Melquisedeque foi ao seu encontro para abençoá-lo. Melquisedeque ofereceu pão e vinho a Abraão e o abençoou, agradecendo a Deus pela vitória de Abraão na batalha. Em resposta, Abraão deu a Melquisedeque o dízimo, ou seja, uma décima parte de tudo o que havia obtido na batalha.
Essa história é vista por muitos como um exemplo de generosidade e gratidão, bem como um exemplo da importância do papel dos sacerdotes na religião judaica. A figura de Melquisedeque é também interpretada como um tipo de prefiguração de Jesus Cristo, que é considerado o grande sacerdote da religião cristã.
A visita de três anjos a tenda de Abraão e Deus faz promessas
A história da visita dos três anjos à tenda de Abraão é contada no livro do Gênesis, capítulo 18. Esses anjos foram enviados por Deus para anunciar a Abraão que sua esposa Sara daria à luz um filho, Isaac, apesar de sua idade avançada.
Na história, Abraão estava sentado à entrada de sua tenda quando viu três homens se aproximando. Ele correu para encontrá-los e ofereceu-lhes água para lavar os pés e comida para comer. Os homens aceitaram a hospitalidade de Abraão e enquanto estavam comendo, eles revelaram o propósito de sua visita.
Eles disseram que voltariam naquele mesmo período no ano seguinte e que, naquele momento, Sara teria um filho. Sara, que estava ouvindo a conversa, riu incrédula da ideia de que ela, já idosa, poderia ter um filho. Os homens então perguntaram a Abraão por que Sara tinha rido e disseram que nada é impossível para Deus.
A história da visita dos três anjos é vista como um exemplo de hospitalidade e de fé em Deus. Abraão demonstrou grande generosidade ao oferecer comida e abrigo aos estranhos, e sua fé em Deus foi recompensada com a notícia do nascimento de seu filho Isaac.
Abraão tem um filho Ismael com sua serva Hagar, a egípcia
A história de Abraão, Sara, Hagar, Ismael e Isaac é contada no livro do Gênesis, capítulos 16, 17, 18, 21 e 22. Abraão é considerado o pai da fé, e sua história é fundamental para o judaísmo, cristianismo e islamismo.
Abraão era casado com Sara, mas ela era estéril e não conseguia ter filhos. Depois de anos de espera, Sara decidiu que Abraão deveria ter um filho com sua serva, Hagar, para que ela pudesse criar a criança como se fosse sua própria.
Abraão concordou com a ideia, e Hagar engravidou e deu à luz Ismael. Porém, Sara ficou com ciúmes de Hagar e, depois que ela engravidou novamente e teve Isaac, Sara pediu a Abraão para expulsar Hagar e Ismael. Abraão ficou relutante, mas Deus disse a ele para ouvir a voz de Sara e enviar Hagar e Ismael embora.
Hagar e Ismael vagaram pelo deserto até que ficaram sem água e comida. Deus ouviu as orações de Hagar e lhe mostrou um poço de água, e Ismael cresceu forte e se tornou um habilidoso arqueiro.
Depois que Sara finalmente engravidou e deu à luz Isaac, ela ficou com ciúmes de Hagar e Ismael e pediu a Abraão para expulsá-los. Abraão ficou relutante, mas Deus disse a ele para ouvir a voz de Sara e enviar Hagar e Ismael embora.
Hagar e Ismael vagaram pelo deserto e ficaram sem água e comida. Deus ouviu as orações de Hagar e providenciou um poço de água para ela e seu filho. Mais tarde, Deus fez uma promessa a Hagar de que Ismael se tornaria uma grande nação.
A história de Hagar é significativa para o Islã, já que Hagar é vista como uma mulher virtuosa e corajosa que é lembrada na prática do Hajj, a peregrinação anual a Meca. No Islã, ela é vista como uma mãe exemplar que confiou em Deus e ensinou seu filho a fazer o mesmo.
Anjo aparece para Hagar
Gênesis 16, depois de ter sido expulsa da casa de Abraão, Hagar e seu filho Ismael estavam vagando no deserto de Berseba, sem água e sem provisões. Em desespero, Hagar se afastou de seu filho para não vê-lo morrer e sentou-se sob uma árvore para chorar.
Foi nesse momento que um anjo do Senhor apareceu a ela e lhe perguntou por que ela estava chorando. Hagar respondeu que estava desesperada e sem esperança no deserto. O anjo então disse a ela para não ter medo, porque Deus tinha ouvido suas orações. O anjo disse a Hagar para voltar para Abraão e Sara, e que seu filho Ismael se tornaria uma grande nação.
O anjo também disse a Hagar para dar o nome de Ismael ao seu filho, que significa “Deus ouviu”, para lembrar a ela e a todos que Deus havia ouvido sua aflição. Depois disso, o anjo desapareceu e Hagar voltou para a casa de Abraão.
A história de Hagar e o anjo é vista como um exemplo da providência divina, que está sempre presente mesmo nos momentos mais difíceis. O anjo lembrou a Hagar que Deus a estava ouvindo e que ele tinha um plano para ela e seu filho. A história também é vista como um exemplo de como Deus se preocupa com as necessidades dos mais fracos e vulneráveis, mesmo quando eles são marginalizados e esquecidos pelos outros.
Abraão e Sara tem um filho chamado Isaque
Isaque nasceu quando Abraão já tinha 100 anos e Sara 90 anos. A história do nascimento de Isaque é vista como um grande milagre, já que Sara era estéril e estava além da idade de ter filhos.
Deus havia feito uma promessa a Abraão de que ele seria o pai de uma grande nação, e que sua descendência seria tão numerosa quanto as estrelas do céu. Abraão havia esperado por muitos anos para que essa promessa se cumprisse, e chegou a ter um filho com a serva de Sara, Hagar, chamado Ismael.
Então, quando Sara deu à luz a Isaque, foi visto como uma confirmação da promessa de Deus a Abraão. O nome Isaque significa “riso”, porque Sara havia rido de incredulidade quando Deus lhe disse que ela teria um filho na sua idade avançada.
A história de Isaque e sua família é central para a tradição judaica e cristã. Ele é visto como um dos patriarcas de Israel e como um modelo de fé e obediência a Deus. A história de Isaque também apresenta uma mensagem sobre a fidelidade de Deus em cumprir suas promessas e o valor da paciência e da confiança em Deus, mesmo quando as circunstâncias parecem impossíveis.
Deus pede Isaque a Abraão, em sacrifício
Gênesis 22, Deus pediu a Abraão que sacrificasse seu único filho Isaque como um holocausto. Deus fez essa demanda a Abraão como um teste de sua fé e lealdade, e Abraão foi chamado de sacrificar seu filho em um monte que Deus mostraria a ele.
Abraão levou Isaque até o local do sacrifício, sem dizer a seu filho o que estava prestes a acontecer. Quando eles chegaram, Abraão construiu um altar, colocou a lenha sobre ele e amarrou Isaque sobre a lenha. Ele então levantou a faca para matar seu filho, mas um anjo do Senhor chamou por ele do céu e o impediu.
O anjo disse a Abraão que ele havia provado sua fé em Deus e que não precisava sacrificar Isaque. Abraão então viu um carneiro preso em um arbusto próximo e o sacrificou em vez de Isaque. O local do sacrifício ficou conhecido como “Yahweh Yireh“, que significa “O Senhor Proverá“.
A história do sacrifício de Isaque é vista como um dos mais importantes episódios do Antigo Testamento, e é muitas vezes referido como um exemplo de fé, obediência e confiança em Deus. A história também é vista como um tipo ou figura do sacrifício de Jesus Cristo, que é entendido como o Cordeiro de Deus que foi sacrificado pelos pecados da humanidade.
A história também apresenta questões éticas e teológicas desafiadoras, como o porquê de Deus pedir a Abraão para sacrificar seu próprio filho e se um Deus amoroso exigiria tal ato. A história é geralmente interpretada como um teste da fé e obediência de Abraão.
A chamada de Abraão
Abraão enfrentou diversos desafios ao longo de sua vida enquanto seguia a promessa de Deus. Aqui estão alguns dos principais obstáculos que ele enfrentou:
Principais Desafios
- Deixar sua Terra Natal: Abraão foi chamado por Deus para deixar Ur dos Caldeus e partir para uma terra desconhecida, Canaã. Essa decisão exigiu grande fé, pois ele teve que abandonar sua segurança e conforto sem saber exatamente para onde estava indo
A decisão de Abraão de deixar sua terra natal, Ur dos Caldeus, para partir rumo a uma terra desconhecida é um dos eventos mais significativos na história bíblica, demonstrando sua extraordinária fé e obediência a Deus. Esta jornada é relatada no livro de Gênesis e serve como um exemplo fundamental de confiança em Deus.
O Chamado Divino
O chamado de Deus a Abraão está registrado em Gênesis 12:1-3:
“Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra”
Este chamado exigiu que Abraão deixasse tudo o que conhecia – sua terra, sua família e a casa de seu pai – para ir a um lugar que Deus ainda não havia revelado.
A Resposta de Fé de Abraão
Abraão respondeu ao chamado de Deus com obediência imediata, como relatado em Gênesis 12:4:
“Assim partiu Abrão, como o Senhor lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos quando saiu de Harã”
Esta obediência é elogiada em Hebreus 11:8, que diz: “Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia”
O Desafio da Jornada
A jornada de Abraão de Ur para Canaã foi repleta de desafios. Ele teve que atravessar terras desconhecidas, enfrentar perigos e incertezas. Gênesis 12:5 descreve o início desta jornada:
“E tomou Abrão a Sarai, sua mulher, e a Ló, filho de seu irmão, e toda a sua fazenda, que haviam adquirido, e as almas que lhe acresceram em Harã; e saíram para irem à terra de Canaã; e chegaram à terra de Canaã”
A Promessa Cumprida
Embora a jornada tenha sido desafiadora, Deus foi fiel à Sua promessa. Em Gênesis 13:14-15, lemos:
“E disse o Senhor a Abrão, depois que Ló se apartou dele: Levanta agora os teus olhos, e olha desde o lugar onde estás, para o norte, e para o sul, e para o oriente, e para o ocidente; porque toda esta terra que vês, te hei de dar a ti, e à tua descendência para sempre”
A decisão de Abraão de deixar sua terra natal em obediência a Deus se tornou um exemplo de fé para todas as gerações seguintes, demonstrando que confiar em Deus, mesmo diante do desconhecido, leva a grandes bênçãos e ao cumprimento das promessas divinas. - Fome em Canaã: Ao chegar à terra prometida, Abraão enfrentou uma severa fome que o obrigou a descer ao Egito. Este episódio testou sua confiança na provisão de Deus (Gênesis 12:10).
Abraão enfrentou um grande desafio quando chegou a Canaã, a terra prometida por Deus, e se deparou com uma severa fome.
A Decisão de Ir ao Egito
Quando a fome se intensificou em Canaã, Abraão decidiu descer ao Egito para sobreviver
Escassez de Alimentos: A fome em Canaã foi tão grave que Abraão viu o Egito, com suas terras férteis irrigadas pelo Nilo, como uma alternativa viável para encontrar alimentos e sustentar sua família.
Busca por Segurança: O Egito era conhecido por ser uma região mais estável em termos de provisão de alimentos devido à sua geografia e sistema de irrigação, que frequentemente o protegia das fomes que assolavam outras áreas do Oriente Médio
Estratégia de Sobrevivência: Abraão tomou a decisão baseada em uma necessidade prática e imediata, buscando uma solução natural para um problema crítico, sem consultar diretamente a Deus sobre essa mudança
Essa decisão demonstra que: Abraão agiu por conta própria, sem consultar a Deus sobre o que fazer diante da crise.
Ele buscou uma solução natural para um problema espiritual, confiando em seus próprios recursos em vez da providência divina.
Consequências da Falta de Fé
A ida ao Egito levou Abraão a comprometer seus princípios morais:
Ele mentiu sobre sua relação com Sara, apresentando-a como sua irmã por medo de ser morto.
Essa atitude colocou Sara em risco e quase resultou em um desastre familiar(Gênesis 12:11-15).
Intervenção Divina: Deus interveio enviando pragas sobre o faraó e sua casa, revelando a verdadeira identidade de Sara e protegendo Abraão e sua família. Isso resultou na expulsão de Abraão do Egito, mas com riqueza adicional (Gênesis 12:17-20).
Aprendizados e Crescimento Espiritual
Essa experiência serviu como uma lição importante para Abraão:
Ele aprendeu que é melhor enfrentar dificuldades confiando em Deus do que buscar soluções fáceis fora da vontade divina.
Abraão reconheceu sua precipitação e, após deixar o Egito, retornou para Canaã, o lugar que Deus lhe havia designado.
Propósito Divino na Provação
A fome em Canaã pode ser vista como um teste de fé para Abraão:
Deus permitiu essa situação para ensinar Abraão a depender totalmente dEle.
A experiência revelou a Abraão que Deus é superior às circunstâncias naturais e capaz de prover mesmo em tempos de escassez.
Apesar dos erros de Abraão, Deus o protegeu e o abençoou, demonstrando Sua graça e fidelidade. Essa experiência foi fundamental para o crescimento espiritual de Abraão, ajudando-o a desenvolver uma fé mais madura e uma confiança mais profunda em Deus. - Conflitos Familiares: Abraão enfrentou tensões com seu sobrinho Ló, levando-os a se separarem para evitar conflitos entre seus pastores.
Origem do Conflito
O conflito surgiu devido à prosperidade de ambos Abraão e Ló. Gênesis 13:2 afirma que “Abrão era muito rico; tinha gado, prata e ouro”.
Da mesma forma, o versículo 5 menciona que “Ló, que ia com Abrão, também levava ovelhas, cabras, gado, empregados e a sua família”.
Escassez de Recursos
A raiz do problema estava na incapacidade da terra de sustentar ambos os rebanhos. Gênesis 13:6 explica: “E não tinha capacidade a terra para poderem habitar juntos, porque seus bens eram muitos, de maneira que não podiam habitar juntos”.
Conflito Entre os Pastores
A tensão se manifestou primeiramente entre os empregados. Gênesis 13:7 relata: “E houve contenda entre os pastores do gado de Abrão e os pastores do gado de Ló; e os cananeus e os perizeus habitavam então na terra”.
Abordagem de Abraão
Abraão, demonstrando sabedoria e desejo de manter a paz familiar, tomou a iniciativa de resolver o conflito. Ele disse a Ló, conforme Gênesis 13:8-9:
Consequências da Separação
A decisão levou à separação física entre Abraão e Ló. Gênesis 13:12 relata: “Habitou Abrão na terra de Canaã, e Ló habitou nas cidades da campina, e armou as suas tendas até Sodoma”.
Esta escolha de Ló teve consequências significativas, pois o levou a se estabelecer perto de Sodoma, uma cidade conhecida por sua maldade.
Este episódio ilustra como Abraão priorizou a paz familiar sobre os ganhos materiais, demonstrando sabedoria e generosidade em sua liderança. - Esterilidade de Sara: A promessa de uma grande descendência parecia impossível devido à esterilidade de sua esposa Sara e à idade avançada de ambos. Isso levou Sara a sugerir que Abraão tivesse um filho com Hagar, a serva egípcia, resultando no nascimento de Ismael e em conflitos familiares subsequentes.
Esterilidade de Sara
Sara, esposa de Abraão, era estéril, o que significava que não podia ter filhos (Gênesis 11:30). Apesar da promessa de Deus de que Abraão seria pai de uma grande nação, a falta de filhos era um desafio significativo para o casal.
Decisão de Ter um Filho com Hagar
Diante da esterilidade persistente e da idade avançada, Sara propôs uma solução culturalmente aceita na época: que Abraão tivesse um filho com sua serva egípcia, Hagar, para que ela pudesse ter descendência através dela. Abraão concordou com a sugestão de Sara (Gênesis 16:1-2).
Concepção de Ismael: Hagar concebeu e deu à luz Ismael. No entanto, após engravidar, Hagar começou a desprezar Sara, o que gerou tensões entre elas (Gênesis 16:4).
Conflito Familiar
Desprezo e Tensão: A gravidez de Hagar levou a conflitos dentro da casa. Sara sentiu-se desprezada por Hagar e culpou Abraão pela situação. Abraão permitiu que Sara lidasse com Hagar como achasse melhor, o que resultou em maus-tratos e na fuga temporária de Hagar (Gênesis 16:5-6).
Intervenção Divina: Um anjo do Senhor encontrou Hagar no deserto e a instruiu a retornar e submeter-se a Sara. O anjo também prometeu que Ismael se tornaria uma grande nação (Gênesis 16:7-10).
Nascimento de Isaque e Expulsão de Ismael
Mais tarde, Deus cumpriu Sua promessa a Abraão e Sara, permitindo que tivessem um filho chamado Isaque (Gênesis 21:1-3).
A chegada de Isaque intensificou as tensões entre os dois filhos:
Desmame de Isaque: Durante a celebração do desmame de Isaque, Sara observou Ismael zombando e pediu a Abraão que expulsasse Hagar e Ismael para garantir que Isaque fosse o único herdeiro (Gênesis 21:8-10).
Expulsão: Relutante, mas instruído por Deus para atender ao pedido de Sara, Abraão despediu Hagar e Ismael. Deus prometeu proteger Ismael e fazer dele uma grande nação (Gênesis 21:11-13). - Sacrifício de Isaque: Um dos testes mais difíceis foi quando Deus pediu a Abraão que sacrificasse seu filho Isaque. Abraão demonstrou obediência e fé ao se preparar para cumprir essa ordem, mas Deus interveio no último momento.
A história do sacrifício de Isaque, relatada em Gênesis 22, é um dos episódios mais significativos e desafiadores da vida de Abraão. Aqui estão os detalhes dessa narrativa, com referências bíblicas:
O Pedido de Deus
Deus testou Abraão pedindo-lhe que sacrificasse seu filho Isaque. A ordem foi clara e direta: “Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto sobre um dos montes que eu te direi” (Gênesis 22:2).
Preparação para o Sacrifício
Abraão obedeceu imediatamente. Ele se levantou cedo, preparou seu jumento, levou dois de seus servos e Isaque, e partiu para o local indicado por Deus. Após três dias de viagem, Abraão viu o lugar ao longe (Gênesis 22:3-4).Abraão disse aos seus servos para esperarem enquanto ele e Isaque subiam a montanha para adorar.
Ele afirmou: “Eu e o rapaz iremos até lá; depois de adorarmos, voltaremos a vós” (Gênesis 22:5), demonstrando sua fé de que ambos retornariam.
O Altar e a Intervenção Divina
No caminho, Isaque perguntou a Abraão sobre o cordeiro para o sacrifício. Abraão respondeu: “Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho” (Gênesis 22:7-8).
Ao chegarem ao local, Abraão construiu um altar, arrumou a lenha e amarrou Isaque sobre ele. Quando estava prestes a sacrificar seu filho, um anjo do Senhor o chamou do céu e disse: “Não estendas a tua mão sobre o rapaz e não lhe faças nada; porque agora sei que temes a Deus, visto que não me negaste o teu filho, o teu único filho” (Gênesis 22:11-12).
Provisão de Deus
Abraão levantou os olhos e viu um carneiro preso pelos chifres em um arbusto. Ele sacrificou o carneiro em lugar de Isaque. Abraão chamou aquele lugar de “O Senhor Proverá” (Yahweh-Yireh), indicando sua confiança na provisão divina (Gênesis 22:13-14). - Desafios Políticos e Militares: Abraão também enfrentou desafios políticos, como quando resgatou Ló após este ser capturado durante uma guerra entre reis locais
Abraão enfrentou significativos desafios políticos e militares, especialmente evidenciados no episódio do resgate de Ló. Este evento é detalhado em Gênesis 14, demonstrando a coragem e habilidade estratégica de Abraão.
O Contexto do Conflito
Uma guerra eclodiu entre duas alianças de reis:
Quatro reis do leste, liderados por Quedorlaomer de Elão (Gênesis 14:1-2)
Cinco reis da região do Vale de Sidim, incluindo os reis de Sodoma e Gomorra (Gênesis 14:2-3)
A Captura de Ló
Durante esta guerra, as forças de Quedorlaomer saquearam Sodoma e Gomorra, capturando Ló e seus bens:”Também capturaram Ló, o sobrinho de Abrão que morava em Sodoma, e tudo que ele possuía” (Gênesis 14:12).
A Resposta de Abraão
Ao saber da captura de Ló, Abraão agiu rapidamente:
Mobilizou seus homens: “Quando Abrão soube que seu sobrinho Ló havia sido capturado, mobilizou os 318 homens treinados que tinham nascido em sua casa” (Gênesis 14:14).
Perseguiu os invasores: “Perseguiu o exército de Quedorlaomer até alcançá-los em Dã” (Gênesis 14:14).
Executou um ataque noturno: “Onde dividiu os homens em grupos e atacou durante a noite” (Gênesis 14:15).
Resgatou Ló e recuperou os bens: “Abrão recuperou todos os bens saqueados e trouxe de volta Ló, seu sobrinho, com todos os seus bens, as mulheres e os outros prisioneiros” (Gênesis 14:16).
Consequências Políticas
O sucesso de Abraão teve implicações políticas significativas:
Reconhecimento dos reis locais: “O rei de Sodoma saiu ao seu encontro no vale de Savé (conhecido como vale do Rei)” (Gênesis 14:17).
Bênção de Melquisedeque: “Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, trouxe pão e vinho e abençoou Abrão” (Gênesis 14:18-19).
Oferta do rei de Sodoma: “O rei de Sodoma disse a Abrão: ‘Devolva-me apenas as pessoas que foram capturadas. Fique com os bens que você recuperou'” (Gênesis 14:21).
Curiosidades sobre Abraão
- Seu nome foi mudado de Abrão para Abraão, significando “Pai de muitos”
- É mencionado 308 vezes na Bíblia
- Viveu até os 175 anos, segundo relatos bíblicos
- Considerado o fundador do monoteísmo ético
- Teve dois filhos: Ismael (com Hagar) e Isaque (com Sara)
- Abraão era filho de Terá e irmão de Naor e Arã
- Casou-se com Sara (originalmente chamada Sarai), que era sua meia-irmã por parte de pai
- Teve seu primeiro filho, Ismael, aos 86 anos, com Agar, serva de Sara
- Aos 100 anos, teve Isaque com Sara, que tinha 90 anos na época
- Após a morte de Sara, casou-se novamente com Quetura e teve mais filhos
- A história do quase-sacrifício de Isaque é conhecida no judaísmo como “Akedah” (amarração)
- No Islã, Abraão (Ibrahim) é visto como o construtor da Kaaba em Meca, junto com seu filho Ismael
Contexto Histórico e Cultural
- Ur dos Caldeus: Cidade próspera com cerca de 65.000 habitantes no século XXI a.C.
- Caldeus: Povo semita conhecido por avanços em astronomia e matemática
- Religião: Politeísta, com deuses como Nanna (lua) e Ningal adorados em Ur
Encontros Significativos
- *Melquisedeque: Rei de Salém e sacerdote que abençoou Abraão
- Três anjos: Visitaram Abraão e anunciaram o nascimento de Isaque
- Anjo do Senhor: Impediu o sacrifício de Isaque no Monte Moriá
Fé e Provações
- Abraão é conhecido como o “Pai da Fé” nas tradições judaica, cristã e islâmica.
- Deixar sua terra natal por ordem divina
- Esperar décadas pelo cumprimento da promessa de um filho
- A ordem divina para sacrificar Isaque, seu filho da promessa
Impacto Cultural e Religioso
- Abraão é uma figura central nas três principais religiões monoteístas:
- Judaísmo: Considerado o primeiro patriarca e modelo de fé
- Cristianismo: Visto como exemplo de fé justificada e pai espiritual dos crentes
- Islamismo: Reconhecido como importante profeta e ancestral de Maomé
- Sua história continua a inspirar milhões de pessoas ao redor do mundo, simbolizando fé, obediência e confiança em Deus.
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